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Se a vida nos oferece limões...

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O que escolhemos fazer com eles?

Muitas pessoas optam por fazer chá de limão, outras optam por fazer uma limonada.

Por vezes, na sequência de um abalo profundo na sua vida emocional, psicológica e física uma pessoa pode-se ver sem saída quando se vê confrontada com este poder, o de escolher. Será que existe alguma opção para além da de escolher as coisas que vivemos e fazemos no dia a dia? Será que temos mesmo opção ou as nossas escolhas são ditadas pelo fluxo ininterrupto da física clássica que prevê que os corpos agem sob leis mecanicistas, determinadas por uma cadeia de escolhas que nos chegaram vindas do nosso passado? E se não nos apetecer beber nem uma coisa nem outra, falando do chá ou da limonada?

A maioria dos problemas da humanidade têm início quando esta se confronta com a dualidade entre o escolher ou não escolher, fazer ou não fazer, dizer ou não dizer, pensar ou não pensar, etc., mas no limite “não escolher” também é uma escolha. Portanto escolhemos sempre. Krishnamurti, um sábio do século passado, menciona, por outras palavras que a pessoa só se permite não escolher quando simplesmente sem intenção pára. Quando pára de querer escolher, quando toma consciência que pode não querer escolher. Isto parece algo confuso, mas reparem bem. Quando estamos a dormir, optamos por selecionar os nossos sonhos? Não. Obviamente que os nossos sonhos podem ser o resultado das muitas experiências que fomos tendo ao longo da vida, ou do nosso dia a dia. Mas o facto é que não os escolhemos. Então a pergunta que subsiste é, como é que podemos alcançar este estado do “não escolher” e libertarmo-nos do peso emocional que muitas das nossas decisões acarretam? Podemos fechar olhos e simplesmente perguntar a nós mesmos “O que sou Eu antes do próximo pensamento surgir?” Esta pergunta parece inócua e desprovida de sentido, principalmente quando nos apetece beber um chazinho quente, mas ao mesmo tempo também poderíamos beber uma suculenta limonada.

Quando nos abandonamos ao nada, de onde surgem os pensamentos, a matéria e o próprio Universo em potencial, quando descansamos os ombros que às vezes estão tensos devido aos muitos desafios com que nos defrontamos e tomamos consciência que podemos simplesmente fechar os olhos, respirar fundo duas ou três vezes, e estar ali, simplesmente ali cerca de cinco minutos a sincronizarmo-nos connosco próprios sem julgar os pensamentos, as pessoas e os acontecimentos, uma profunda transformação pessoal começa a despontar. De repente optar entre um chá e um sumo passa a fazer sentido dentro de um determinado contexto quando os sussurros inacabados da nossa mente poluída começam a diminuir de intensidade e começamos a ficar equilibrados. Quando isso acontecer connosco, já não existe apenas uma dualidade porque percebemos o que sempre esteve à nossa frente, que a realidade é una e que nós somos um holograma da imensa criatividade do Universo. Algo que surge como opção significa apenas um caminho possível dentro de um panorama de miríades de resultados. Quando estivermos ansiosos e tivermos que optar sobre o que fazer com um limão, lembremo-nos apenas que o limão é apenas uma extensão de nós mesmos, os problemas são tão provisórios como os limões e que uma nova aurora pode despontar se simplesmente abrirmos a nossa mente e a repousarmos entre um pensamento e o próximo.



 
 
 

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